Ser professor no Brasil não é fácil! O dia-a-dia em sala de aula é, para a maioria desses profissionais, uma vivência de muita sobrecarga, já que há uma série de elementos na rotina de trabalho do professor que são agentes estressores da docência. Isso afeta o bem-estar subjetivo de nossas “tias” e nossos “tios”, ou seja, afeta como os professores vivenciam seus afetos positivos e negativos e como percebem sua satisfação de vida.
E quais seriam os agentes estressores que impactam na felicidade dos professores do ensino fundamental?
Comportamentos Inadequados/Indisciplina dos Alunos (CIA) - relacionados à indisciplina em sala de aula;
Pressões de Tempo/Excesso de Trabalho (PTET) - falta de tempo para preparação adequada de aulas e excesso de trabalho decorrente das obrigações profissionais;
Diferentes Capacidades e Motivações dos Alunos (DCMA) - diferentes níveis de aprendizagem dos alunos e dificuldade de determinar objetivos específicos para cada aluno;
Estatuto da Carreira Docente (ECD) - aspectos da carreira docente como, por exemplo, a falta de melhorias profissionais oferecidas aos professores ou instabilidades e falta de estrutura na profissão;
Trabalho Burocrático/Administrativo (TBA) - obrigações burocráticas e de caráter administrativo inerentes à atividade profissional;
Políticas Disciplinares Inadequadas (PDI) - políticas disciplinares disponíveis aos professores, e pouca aceitação de sua autoridade e poder.
E a personalidade de nossos professores? Será que ela tem relação com tudo isso?
Quando falamos em personalidade, nos referimos à perspectiva dos cinco grandes fatores de personalidade, segundo a qual a personalidade é compreendida por cinco fatores independentes, contínuos, caracterizados dessa forma:
EXTROVERSÃO – está relacionada com a interação com os outros, a ser ativo e comunicativo;
SOCIALIZAÇÃO – ligada à demonstração de empatia, altruísmo e comportamentos pró-social;
REALIZAÇÃO – fator vinculado à disciplina e organização, autocontrole na realização de tarefas;
NEUROTICISMO – demonstração de instabilidade emocional e experimentação de emoções negativas, ansiedade, depressão;
ABERTURA A EXPERIÊNCIAS – associada a experimentação de coisas novas, ter curiosidade e gostar de complexidade intelectual.
Nossa pesquisa indicou que a personalidade não possui tanta influência na felicidade dos professores do ensino fundamental, quando consideramos os agentes estressores da docência com os quais esses profissionais precisam lidar em seu dia-a-dia de trabalho.
Estudos como esse nos ajudam a entender como o contexto desfavorece a atividade dos professores e nos permitem refletir sobre a valorização da profissão docente. Também nos auxiliam a pensar estratégias de enfrentamento para melhorar a qualidade do trabalho de nossos amados mestres!
[Se você quiser ter outras informações sobre esta pesquisa, entre em contato com o Msc José Candido jcandidopsi@gmail.com)
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