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  • Foto do escritorJean Natividade

"Ao Mestre, com carinho"

Atualizado: 9 de mai. de 2020

Ser professor no Brasil não é fácil! O dia-a-dia em sala de aula é, para a maioria desses profissionais, uma vivência de muita sobrecarga, já que há uma série de elementos na rotina de trabalho do professor que são agentes estressores da docência. Isso afeta o bem-estar subjetivo de nossas “tias” e nossos “tios”, ou seja, afeta como os professores vivenciam seus afetos positivos e negativos e como percebem sua satisfação de vida.



E quais seriam os agentes estressores que impactam na felicidade dos professores do ensino fundamental?

  1. Comportamentos Inadequados/Indisciplina dos Alunos (CIA) - relacionados à indisciplina em sala de aula;

  2. Pressões de Tempo/Excesso de Trabalho (PTET) - falta de tempo para preparação adequada de aulas e excesso de trabalho decorrente das obrigações profissionais;

  3. Diferentes Capacidades e Motivações dos Alunos (DCMA) - diferentes níveis de aprendizagem dos alunos e dificuldade de determinar objetivos específicos para cada aluno;

  4. Estatuto da Carreira Docente (ECD) - aspectos da carreira docente como, por exemplo, a falta de melhorias profissionais oferecidas aos professores ou instabilidades e falta de estrutura na profissão;

  5. Trabalho Burocrático/Administrativo (TBA) - obrigações burocráticas e de caráter administrativo inerentes à atividade profissional;

  6. Políticas Disciplinares Inadequadas (PDI) - políticas disciplinares disponíveis aos professores, e pouca aceitação de sua autoridade e poder.

Pesquisa com 188 professores do ensino fundamental de escolas públicas e particulares do estado do Rio de Janeiro com idades entre 20 e 68 anos (85,1% mulheres)
Fizemos uma pesquisa com 188 professores do ensino fundamental de escolas públicas e particulares do estado do Rio de Janeiro com idades entre 20 e 68 anos (85,1% mulheres), e nosso estudo demonstrou que os estressores da docência impactam no bem-estar subjetivo de “tias” e “tios” das nossas escolas, e afetam diretamente a felicidade dos professores.

E a personalidade de nossos professores? Será que ela tem relação com tudo isso?

Quando falamos em personalidade, nos referimos à perspectiva dos cinco grandes fatores de personalidade, segundo a qual a personalidade é compreendida por cinco fatores independentes, contínuos, caracterizados dessa forma:

  • EXTROVERSÃO – está relacionada com a interação com os outros, a ser ativo e comunicativo;

  • SOCIALIZAÇÃO – ligada à demonstração de empatia, altruísmo e comportamentos pró-social;

  • REALIZAÇÃO – fator vinculado à disciplina e organização, autocontrole na realização de tarefas;

  • NEUROTICISMO – demonstração de instabilidade emocional e experimentação de emoções negativas, ansiedade, depressão;

  • ABERTURA A EXPERIÊNCIAS – associada a experimentação de coisas novas, ter curiosidade e gostar de complexidade intelectual.

Nossa pesquisa indicou que a personalidade não possui tanta influência na felicidade dos professores do ensino fundamental, quando consideramos os agentes estressores da docência com os quais esses profissionais precisam lidar em seu dia-a-dia de trabalho.


Estudos como esse nos ajudam a entender como o contexto desfavorece a atividade dos professores e nos permitem refletir sobre a valorização da profissão docente. Também nos auxiliam a pensar estratégias de enfrentamento para melhorar a qualidade do trabalho de nossos amados mestres!



[Se você quiser ter outras informações sobre esta pesquisa, entre em contato com o Msc José Candido jcandidopsi@gmail.com)





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